Nanoprata: por que esse antimicrobiano é tão diferente dos demais?

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A prata é um poderoso agente antimicrobiano, sendo essa característica conhecida desde a antiguidade. Mas no século XX, com a expansão e aprimoramento da nanotecnologia, um universo de novas possibilidades surgiu. Hoje, com a tecnologia das nanopartículas, a nanoprata possui função antimicrobiana otimizada, apresentando o máximo desempenho sob mínimas concentrações.

Entretanto, vale destacar que não é só a alta capacidade de eliminar microrganismos que torna a nanoprata o antimicrobiano mais potente do mercado. Continue lendo e entenda o que difere a nanoprata dos demais princípios ativos antimicrobianos.

Saneantes e o combate aos microrganismos

Saneantes são produtos utilizados para higienização, desinfecção ou desinfestação de superfícies e objetos com o objetivo principal de eliminar organismos e microrganismos causadores de doenças. Essas substâncias compreendem inseticidas, raticidas, detergentes e desinfetantes.

Em específico, os desinfetantes são definidos como produtos que matam todos os microrganismos patogênicos, mas não necessariamente todas as formas microbianas esporuladas em objetos e superfícies inanimadas.¹ Isso porque os microrganismos e suas estruturas apresentam diferentes níveis de resistência, como apresentado na figura abaixo.

Resistência microbiana contra métodos e soluções desinfetantes.
Resistência microbiana contra métodos e soluções desinfetantes.

Além disso, a forma de organização dos microrganismos pode torná-los mais resistentes. Um bom exemplo são os biofilmes, uma forma resistente de organização das células bacterianas encontrada em encanamentos, equipamentos em indústrias, instrumentos médicos, sistemas de ventilação e aparelhos de ar-condicionado.

Quando o assunto é saúde pública, o aumento da resistência dos microrganismos é uma das maiores preocupações atuais. Principalmente porque muitos dos princípios ativos convencionais tem apresentado dificuldades na eliminação das estruturas mais resistentes. Dessa forma, alternativas mais eficientes precisam ser implementadas para garantir maior segurança e higiene às pessoas, animais e ambientes.

Às vantagens das nanopartículas de prata

Ao contrário dos demais ativos disponíveis, como por exemplo o álcool etílico, as nanopartículas de prata possuem ação efetiva contra um amplo espectro de microrganismos. Elas são capazes de combater vírus envelopados e não envelopados, bactérias e fungos filamentosos. Você pode conferir em detalhe aqui!

Além disso, a prata em tamanho nanométrico tem ação efetiva contra as superbactérias!  Nós já comentamos sobre elas no nosso blog. Mas, de forma resumida, tratam-se de microrganismos que criam resistências aos antimicrobianos tradicionais, sejam eles saneantes ou antibióticos. Isso ocorre, na maioria dos casos, em função da instauração de concentrações subinibitórias do princípio ativo.

Para fins de exemplificação, vamos usar o hipoclorito de sódio, um dos ativos mais comuns nos lares brasileiros. Ao borrifar esse saneante, ele terá forte ação antimicrobiana. Porém, por se tratar de um composto volátil, com o passar do tempo ele evapora e a concentração do princípio ativo em contato com os microrganismos diminui. Ou seja, é criado um ambiente com baixa concentração do antimicrobiano, possibilitando a proliferação de bactérias super resistentes.

Não volátil e não lixiviante = segurança prolongada

As nanopartículas de prata possuem aspecto não volátil e não lixiviante ou migratório! Isso quer dizer que, uma vez em contato com os microrganismos, a nanoprata atua de forma plena e contínua, promovendo proteção prolongada, ou até mesmo permanente, que varia de acordo com a forma de incorporação do aditivo. Graças a alta estabilidade química e propriedades sólidas nanoestruturadas, a nanoprata se mantém aderida a superfície.  

Inclusive, esse é um dos grandes diferenciais que destacam a nanoprata dos demais antimicrobianos do mercado, uma vez que essa característica permite a incorporação de proteção microbiana prolongada em diferentes materiais, como polímeros e têxteis, por exemplo. Essa aditivação permite transformar as superfícies em agentes antimicrobianos, com a capacidade de reduzir a possibilidade de formação de biofilmes, devido ao combate constante e direto.

Mecanismo de ação

Um estudo publicado na revista Nature – Scientific Reports, indica que a nanoprata pode ficar incorporada no interior do microrganismo mesmo após causar a morte celular. A pesquisa foi realizado com a bactéria Pseudomonas aeruginosa, onde foi observado que as bactérias atuam como um reservatório de nanoprata, de forma que a prata persiste, permanecendo ativa.³

Como nós já comentamos, as nanopartículas de prata atuam através de diferentes mecanismos.  Um deles tem por princípio a penetração celular. É nesse cenário que capacidade de armazenar as nanopartículas aparece. E, elas vão além. Esse ativo no interior de células inativadas pode voltar a ser expelido, de forma que novas bactérias sejam eliminadas.  

A importância de conhecer os diferenciais

Todos esses aspectos que comentamos demonstram como as nanopartículas de prata se destacam dentre os demais antimicrobianos. Mas, além disso, eles caracterizam considerações importantes na validação de um produto aditivado com prata. Isso porque algumas metodologias de análise que avaliam a eficiência antimicrobianos foram elaboradas considerando ação de alvejantes, como o cloro, por exemplo, característica essa que não é presente na ação das nanopartículas. Dessa forma, podem não ser adequadas para avaliação plena da eficiência da prata. Fique atento!

Então, quer transformar o seu produto através do antimicrobiano mais poderoso do mercado? Entre em contato com a nossa equipe de especialistas e descubra como incorporar as nanopartículas de prata no seu processo!

¹ ANVISA. Resolução RDC nº 693 de 13 de maio de 2022. Dispõe sobre as condições para registro de produtos saneantes com ação antimicrobiana.
² BLOCK, S.S. Disinfection, Sterilization and Preservation. 5 ed. Philadelphia: Lippincott Williams e Wilkins, 1481 p., 2001
³ Wakshlak, RK., Pedahzur, R. & Avnir, D. Antibacterial activity of silver-killed bacteria: the “zombies” effect. Sci Rep 5, 9555 (2015). https://doi.org/10.1038/srep09555

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